Falou-se de nietzsche e pessoa, de gregos e tragédia, de fátima, (de fraude?), de deus, do eu, do ego, de pessoas, de poesia. Falaram vozes pasmadas por existir... apesar do frio, gostei(amos). Obrigado Alberto pelo convite e pelos livros (estamos no Natal mas não contávamos com tanta generosidade).
son de poesía
Dedicava-me a espetar os garfos
como se tivesse o conhecimento
da vida e da morte.
No meu quarto capital, ardia.
Depois asfaltava o ego antigo e fugia
de todos os transportes.
A massa histórica existe, está-me
na cabeça qualquer gaveta que abra
é uma época, uma cidade, um casamento, um herói.
Como posso existir no meio desta gravidez?
Os canais de Veneza, onde a peste
era esfinge
tinham um bordão submarino: a criança
a alga que a gôndola sobrepujava.
Aquela curva de olhar
de nunca mais olhar para a frente
contrário às andorinhas.
Alberto Augusto Miranda
in “son de poesia”, Edições Fluviais - Lisboa
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