a língua acordou. o silêncio havia revelado tudo. o dia chegou e tudo ruiu. mostrou-se e disse, peço desculpa, envergonho-me do que sou, mas sou mesmo assim, egoísta e egocêntrico, adoro saber que ficam presas à espera de uma palavra, a algo que sugeri, que vão pensar que me poderei ter magoado, preocupadas que estão comigo, sonham comigo à noite, agora que a fama e o sucesso me invadem e lhes ludibria o olhar, já não conseguem ver os suspensórios que me sustentam a barriga, e o olhar de alguém que foi abandonado e por isso anda à caça de presas frágeis para sugar. mas, apenas até quando lhes sente o cheiro da ansiedade, quando o faro o avisa da obsessão e da loucura, confronta-as, com violência de bruto que é, faz despertar a inocência imprudente, e o pior. mas se alguém o recusar, não entende. que não o quer, que nunca o quis, que não se sujeita a guerra mental, que não há dinheiro que compre. não entende que não se vê ao espelho, porque não quer ver que está magoado, e por isso descarrega a sua ofensa no desprezo por quem passa, tão simplesmente para o cumprimentar. mesmo assim prefere acreditar que não, de tão solicitado não quer dar palavras que matem o seu egoismo, prefere acreditar que continuam presas, por ele, não faz esforço para as conhecer, não quer, são objectos para se entreter,mas apenas até quando sente o risco. de ter perdido. o mar agora calmo lembra a viagem para breve. do outro lado do aceano tudo irá florir.
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